Natureza e recursos
Extensão e diversidade
A grande extensão territorial da Bacia do Prata reflete também uma grande variação nas características e condições físicas e ambientais, além da diversidade social, cultural e econômica.
A Bacia do Prata vai desde o altiplano da Bolívia, a oeste, até o Oceano Atlântico, a leste; e desde a Chapada do Parecis, no planalto brasileiro, ao norte - que a separa da Bacia Amazônica - até as planícies argentinas e uruguaias, ao sul, onde o rio da Prata verte suas águas no Atlântico.
Relevo
Na Bacia do Prata predominam as planícies, podendo ser consideradas duas estruturas dispostas de norte a sul:
- A leste, o maciço mato-grossense algo deprimido em sua parte noroeste;
- A oeste, a planície pampeano-chaquenha, uma vasta região quase plana.
No meio das duas estruturas existe uma entrada central, que inclui o Pantanal.
Os relevos mais altos estão nos limites. Na zona leste há um cinturão orogênico rico em jazidas minerais e na zona oeste as serras pampeanas e andinas.
Clima
Os maiores registros de chuvas coincidem com as nascentes dos rios Paraguai,
Paraná e Uruguai. Em termos gerais, a média pluvial anual decresce de norte a
sul e de leste a oeste.
As temperaturas dependem tanto da latitude quanto do relevo. Em geral, as temperaturas
diminuem de norte a sul. O trópico de Capricórnio atravessa a Bacia do Prata
desde o Estado de São Paulo, no Brasil, até a Província de Jujuy, na Argentina.
Assim, 40% do território fazem parte do cinturão tropical.
Na maior parte da Bacia do Prata as temperaturas anuais são superiores a 20° C.
Solos
Do ponto de vista edáfico, a Bacia do Prata concentra a maior parte dos solos
com melhor capacidade de produção da América do Sul.
Uma grande parte desses solos está atualmente em uso, mas o emprego de técnicas
adequadas pode aumentar as áreas de produção agropecuária e incrementar assim o
potencial da região.
Agricultura e pecuária
A vegetação é a base econômica para o desenvolvimento da região. As grandes
extensões de pastos naturais foram os pilares da pecuária na Argentina e no Uruguai.
Hoje em dia a produção agropecuária e a indústria que ela gera continuam sendo
em grande medida a base da economia dos países da Bacia do Prata. Isto pode ser
observado no impacto de alguns dos principais produtos da região, como o café,
a carne e os cereais no comércio mundial e no papel que esses produtos
representam na balança de pagamentos dos cinco países.
A extensão desses cultivos representa uma parte pequena do total da área da Bacia
do Prata. Atualmente existe uma marcada tendência à ampliação da zona de
cultivos com a incorporação de áreas de borda mediante o uso de modernas
técnicas agrícolas, como é o caso do cerrado no Brasil e das zonas semiáridas da
Argentina.
Recursos florestais
Os recursos florestais mais ricos e mais explorados estão localizados na área integrada
pelo sul do Brasil, leste do Paraguai e nordeste da Argentina. Existem, além disso,
grandes áreas no Paraguai, no leste da Bolívia e no oeste do Brasil onde a magnitude
das possibilidades de aproveitamento ainda não está bem determinada.
A pressão pela busca de novas terras para a agricultura, a demanda de certos
tipos de madeira, as práticas de desmatamento e queima da vegetação são as causas
de um agudo problema de desmatamento. Todos os países da Bacia do Prata têm feito
estudos em plantações florestais e realizado programas de reflorestamento.
Recursos minerais
Embora a Bacia do Prata não seja uma área grandemente produtora de minerais, a produção
mineral ocupa um lugar importante entre as atividades econômicas dos países que
a compõem. Destaca-se a presença de depósitos de ferro e manganês na Bolívia,
muito perto de Puerto Suárez, e grandes reservas de petróleo e gás.
Nas serras costeiras do Brasil existe grande quantidade de ferro e carvão e,
embora algumas das zonas mais importantes estejam fora dos limites da Bacia do
Prata, se extrai grande quantidade de minério, que proporciona uma grande quantidade
de matéria prima para a indústria local.